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Thursday, April 07, 2005 

Maçonaria Regular Portuguesa

A grande loja legal Portuguesa é a representação em Portugal da maçonaria regular. A Maçonaria é um movimento espiritual e iniciático milenar, que assume características rituais e simbólicas de carácter sagrado expressas em landmarks fixados desde o início do século XVIII. Diz-se Regular ou Tradicional, a Maçonaria que exprime a sua crença espiritual no Grande Arquitecto do Universo, no respeito pela Regra dos 12 pontos, e que sendo masculina, exerce em exclusivo a jurisdição sobre as suas Lojas num determinado território onde é reconhecida internacionalmente. A maçonaria diz-se não regular, irregular ou liberal, quando não aceita a Regra dos 12 pontos, não sendo portanto reconhecida internacionalmente pela Maçonaria Universal, devido principalmente ao seu carácter não espiritualista, de rejeição do sagrado e da não Crença no Criador. Os 12 Landmarks Maçónicos são os seguintes:


  • A Maçonaria é uma fraternidade iniciática que tem por fundamento tradicional a fé em Deus, Grande Arquitecto do Universo.

  • A Maçonaria refere-se aos "Antigos Deveres" e aos "Landmarks" da Fraternidade, especialmente quanto ao absoluto respeito das tradições específicas da Ordem, essenciais à regularidade da Jurisdição.

  • A Maçonaria é uma ordem, à qual não podem pertencer senão homens livres e de bons costumes, que se comprometem a pôr em prática um ideal de paz.

  • A Maçonaria visa ainda, pelo aperfeiçoamento moral dos seus membros, o da humanidade inteira.

  • A Maçonaria impõe a todos os seus membros a prática exacta e escrupulosa dos ritos e do simbolismo, meios de acesso ao conhecimento pelas vias espirituais e iniciáticas que lhe são próprias.

  • A Maçonaria impõe a todos os seus membros o respeito das opiniões e crenças de cada um. Ela proíbe-lhes no seu seio toda a discussão ou controvérsia, política ou religiosa. Ela é ainda um centro permanente de união fraterna, onde reinam a tolerante e frutuosa harmonia entre os homens, que sem ela seriam estranhos uns aos outros.

  • Os Maçons tomam as suas obrigações sobre um volume da Lei Sagrada, a fim de dar ao juramento prestado por eles o carácter solene e sagrado indispensável à sua perenidade.

  • Os Maçons juntam-se, fora do mundo profano, nas Lojas onde estão sempre expostas as três grandes luzes da Ordem: um volume da Lei Sagrada, um esquadro, e um compasso, para aí trabalhar segundo o rito, com zelo e assiduidade e conforme os princípios e regras prescritas pela Constituição e os Regulamentos Gerais de Obediência.

  • Os Maçons só devem admitir nas suas lojas homens maiores de idade, de perfeita reputação, gente de honra, leais e discretos, dignos em todos os níveis de serem bons irmãos e aptos a reconhecer os limites do domínio do homem e o infinito poder do Eterno.

  • Os Maçons cultivam nas suas Lojas o amor da Pátria, a submissão às leis e o respeito pelas autoridades constituídas. Consideram o trabalho como o dever primordial do ser humano e honram-no sob todas as formas.

  • Os Maçons contribuem pelo exemplo activo do seu comportamento são, viril e digno, para irradiar da Ordem no respeito do segredo maçónico.

  • Os Maçons devem-se mutuamente, ajuda e protecção fraternal, mesmo no fim da sua vida. Praticam a arte de conservar em todas as circunstâncias a calma e o equilíbrio indispensáveis a um perfeito controle de si próprio.



A Maçonaria existe em Portugal desde cerca de 1727, por influência sobretudo inglesa e irlandesa. Perseguida a partir da promulgação da bula condenatória do papa Clemente XII (1738), conheceu, não obstante, períodos de relativa paz e tolerância durante o séc. XVIII e começos do XIX. Desses períodos, o mais dilatado ocorreu durante o governo do marquês de Pombal (1750-77), simpatizante da Maçonaria senão ele próprio maçon.

Nos finais do séc. XVIII, a estadia em Portugal de um contingente britânico onde trabalhavam algumas lojas exerceu grande impacte no desenvolvimento da Ordem. O número de maçons e de lojas multiplicou-se e, em 1802 foi criado o Grande Oriente Lusitano, reconhecido pela Grande Loja de Londres.

Desde então, e mau-grado as sucessivas perseguições (1809-13; 1817-20; 1823-26; 1828-34) o Grande Oriente Lusitano manteve-se até hoje como corpo maçónico regularmente constituído e representativo da Maçonaria Portuguesa. Existiram, claro está, cisões e divisões como por toda a parte e, em especial, entre 1834 e 1869 e entre 1914 e 1926.

Em 1887 o Grande Oriente de França (GOF) deixou de invocar o Grande Arquitecto do Universo e suprimiu a obrigatoriedade da presença do volume da lei sagrada em Loja. A Grande Loja Unida de Inglaterra e a esmagadora maioria das potências maçónicas de todo o mundo cortaram relações com o GOF e com algumas (poucas) organizações maçónicas que seguiram aquele caminho. A partir desse momento a Grande Loja Unida de Inglaterra e as restantes Grandes Potências Mundiais deixou de reconhecer qualquer organização maçónica em Portugal.

Em 1991 um grupo de maçons, uns oriundos do Grande Oriente Lusitano, outros iniciados directamente no Distrito de Portugal da Grande Loja Nacional Francesa, constituíram a Grande Loja Regular de Portugal, imediatamente reconhecida pela Grande Loja Unida de Inglaterra e pela Maçonaria regular de todo o mundo com destaque para as maçonarias americana, brasileira, canadiana, australiana e do norte da Europa.

O apogeu da Maçonaria coincidiu com o longo grão-mestrado de Magalhães Lima (1907-28), figura muito conhecida e prestigiada internacionalmente. O número de maçons atingiu 4.341 e o de oficinas quase 200, para uma população total rondando os 6 milhões. A obra da Maçonaria foi enorme, com a fundação de dezenas de núcleos de actividade no Mundo profano, sobretudo nos campos de instrução, da assistência e do livre-pensamento. Mas já desde meados do séc. XIX que o papel da Maçonaria se ia avolumando em Portugal, devendo-se-lhe a abolição da pena de morte e da escravatura, entre outras muitas medidas.

O triunfo do militarismo ditatorial em 1926 e, poucos anos mais tarde, do Fascismo português, interrompeu esta obra notável. Os maçons foram perseguidos e as suas lojas encerradas. Em 1935 toda a actividade maçónica foi oficialmente proibida. Mas o Grande Oriente não morreu. Durante quase 40 anos continuou, na clandestinidade, a trabalhar, assegurando - embora em ritmo muito mais lento - as reuniões periódicas das suas lojas, as iniciações, as elevações de grau e, sobretudo, uma intensa actividade de combate ao regime opressivo em que Portugal vivia. Manteve contactos, embora raros e difíceis, com as obediências estrangeiras, incluindo a Grã-Bretanha e os Estados Unidos. Ao emergir da clandestinidade, em 25.4.74, a Maçonaria portuguesa estava reduzida a cerca de cinco lojas e a uma centena de irmãos. Mas existia, sobrevivera à maior de todas as perseguições e prosseguia, em total regularidade, na construção do templo.

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